sexta-feira, novembro 17, 2006

Paixão à to(n)a

Ora, me leve à toa
Não risque minhas linhas da mão
Com destinos
Quero riscos à beira do abismo
Seja o que for
Se atreva
Dê a cara a tapa
Me pinta com acordes
Partituras deslizantes de dedos
Não deseje o amanhã
Não sinta o hoje,
Só o agora.

Me leve à toa
Não trace meus passos em vão
Com projetos
Quero dançar, deitar e rolar
Seja como for
Se manque
Numa mesquinharia bem carnal
Bem terrena bem passional
Fique doente do coração
Me suje com palavras
Plenas e mentirosas
Diga que me renuncia

Ora, me leve à tona
Não finjas teus gestos
Com ensaios
Foge pra esse país das maravilhas
Assalta minha razão
Seqüestra minha lucidez
Não pari de ti, me parti pra ti!
Faz juras, jura, testemunha minha estricnina
Em te querer
Me encha de graça
Vem sem pressa
Pode vir tentado e com medo
Que te pego pela gola e pelo chão

Me leve à tona não me leve à toa não
Não tenha hora marcada pra matar
Pra morrer: Assassino moribundo!
Me mata me come me flagre se dane me ame!

2 comentários:

Unknown disse...

possuí-la
dedos e dentes
até desfalecê-la
possuí-la até decifrá-la
até desencaminhá-la
possuí-la
várias vezes
arranque-lhe suores
arrebente-lhe tremores
esprema-lhe o seio
bata em suas nádegas molhadas
tire-lhe a multiplicidade do gemido
ao avesso arraste-a nos dentros
sem deixá-la respirar ou se coçar
dispa-a ganas e sedes
cristinadamente acarinhando-a
na posse do pau nela

mar pirata

Leonzito disse...

ah! infortúnio do tempo, brado das ocas, ousadia da gente.

quimeríssima insólita substanciável