sexta-feira, junho 27, 2008

Textos abstratos sobre objetos concretos

Um pêndulo na sua constante e ininterrupta jornada de ir de um ponto ao outro a contar o tempo pode entender que um caleidoscópio é um objeto de função inútil? Afinal de contas, pra que serve um caleidoscópio, senão para enterter os olhos e fazer girar a imaginação? Um objeto que ignora o tempo, ora essas. Um caleidoscópio é um objeto de arte.
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Uma pedra, olha ali, uma pedra: imóvel, dura, fria, moldada pela água e pelo vento. Uma pedra é sábia porque sabe esperar o tempo chegar nela. Uma pedra sabe que seu destino é pó. Uma pedra só espera, por isso é uma pedra.

terça-feira, junho 03, 2008

Elogio ao brega e ao ridículo

Amar nos faz brega. Realmente muito brega. E às vezes ridículos. Muito ridículos.Mas quer saber? Eu adoro ser brega e bem ridícula, aliás quanto mais, mais livre me sinto de qualquer amarra social. Não é um sentimento transgressor e nem contraventor, é um sentimento bobo que ignora qualquer intervenção externa. A impulsão de felicidade desconhece o que é alheio de si. É cego e é surdo a qualquer julgamento. Só não é mudo. Não quer saber de opiniões ou teorias ou blablablás. Só se quer amar e ponto. Com glamour de chocolates com vinho, com simplicidade de quem olha e se reconhece, com a rudeza da selvageria, com qualquer coisa que satisfaça e preencha. Ele é uma estrada sem rumo e sempre em construção. Quer tudo, quer ser todo, completo, pleno. Desconhece a ruína e o pó. O amor não sobrevive no niilismo.