sábado, junho 30, 2012

história inventada de corsários e poetas

o corsário invadiu minhas águas e me sequestrou.


leio o i ching, escrevo desatinadamente e imagino: 


agora, de pijamas mesmo, ponho chave, trocados e uns sentimentos no bolso. saio pela cidade, invado avenidas, a lua vai lá fora e me leva, me chama, me impulsiona, corro na contramão do futuro, é presente!o presente se chama presente porque é uma dádiva. pedaladas, no portão, não sabe o número, e a sacada, se eu entrar pela sacada? falta um poema na mão ou uma garrafa de vinho? é fogo, incêndio! e arfa, coração na boca. 


fecha os olhos. olha para dentro. respira. é tudo calma de águas plácidas. e esse furacão que vem do coração? aonde vai parar?


no colo, no verde dos olhos, nessas cores que nem reconheces e nem sabes dizer seus nomes. nesse céu que transforma de verde quando escurece de nuvens. nesses olhos que fazem transmutações. nessas palavras que fazem deslizamento de terras. nesses dedos de vento que sopram, se aportam em mim. nesses silêncios coloridos de alegria e um sorriso doce de criança. 


e eu, aqui imóvel diante deste castelo sem paredes que construí para ser mais desafiador chegar: tens sorte de eu ser poeta e fazer poesia, ao invés de revoluções na tua porta!

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