terça-feira, dezembro 05, 2006

Matem a saudade!

Aos poucos foram rasgando as carnes,
o clitóris, o coração e a massa cinzenta.
A miúde foram secando as latências do sangue:
mãos e pés.
Aos pífios foram embora os movimentos rítmicos...
o piscar dos olhos, o molhar dos lábios.
Aos minímos foram, ainda, umas manias!
Ranger de dentes, suar frio, respirar pulsado.
Nada foi que perdeu, nada foi que lhe tiraram





nada te mata em mim .

Falecer é uma questão de esquecimento.
Que adianta amputar e matar?
Levem também a nostalgia!
Tirem esse corpo pesando sobre outro!
Lavem esse gosto de pele da boca! Esse aconchego!
Levem o retrato mal curado da parede!
O cheiro do quarto, do trapo, da tralha, do travesseiro, de todos os lugares.
Amassem os sentimentos que carrega no bolso!
Levem o velar do sono!
Vão embora com as rezas ao pé do ouvido!
Sumam as juras gritadas ao tripé da janela!
Desapareçam as más palavras e verbos esbofeteados na cara!
Vão! Antes da tempestade!
Vão para que continue no idílio da morte.
Vão antes que a saudade se lembre!

AMOR
TUMOR


Dá me! Dá me tu olvido y te daré mi libertad!




Um comentário:

Mara faturi disse...

A D O R E I!!!!!!!!!!
Poema que me queimou feito lava...
visitarei mais;)
bjo