segunda-feira, outubro 29, 2012

Nascimento: a grata oportunidade de se reconhecer

"Cada dia é uma nova
 oportunidade de sermos o que não fomos ontem", escutei essa frase ontem do escritor angolano Valter Hugo Mãe e decidi que não perderia meu sono. Acordaria um tantinho melhor de manhã. O engraçado de ser tormenta é que às vezes minhas mudanças surpreendem a mim mesma. Na minha vida parece desde 15/11/11 parecem acontecer revoluções decisivas e importantes todos os dias. Ontem não só desmascarei padrões antigos, mostrei minha vulnerabilidade, como fui chamada a meditar e fazer ampla reflexão da minha vida, a fim de preservar a minha própria felicidade: aceitar que tenho o padrão de ter atitudes vaidosas e que elas não constroem nada para minhas relações. Aceitando isso tenho a grata oportunidade de me conhecer novamente e de alterar essa situação de uma vez por todas, trazendo para o meu coração mais humanidade e humildade, que constrói uma ampla gama de novas possibilidades, de mais leveza e fluir. Aceitar a si próprio como um ser que necessita de refinamentos e de aprendizagens. Oportunizar nas relações com as pessoas momentos de escuta profunda traz benefícios significativos. Me senti hoje nascendo de novo e para isso, me senti chamada a procurar minha mãe e saber algo básico e essencial: - Mãe, como eu nasci? Como foi meu nascimento? Afinal de contas é importante nascer. Foi hoje, pela primeira vez, depois de 25 anos, ao escutar profundamente minha mãe sobre meu delicado e complicado nascimento, descobri algo novo sobre mim, minha relação com os astros, a hora que nasci, o mento como os astros estavam alinhados.

quarta-feira, outubro 24, 2012

Na minha mão e no meu corpo o todo.



A humildade aprende, a vaidade se ofende. Aumenta a luz, descobre a sombra. No I CHING um grande mestre já aprendeu a ser-vir e ser flexível. Sabe o que é humildade? Ser(vir). Não como submissão, mas como resistência. Como um ato de doar o corpo pelo todo. E resistir com todo o corpo, além da matéria. Isso é o que os kaiowás estão fazendo. Sendo totais, íntegro
s, inteiros, todos juntos. Eles se empoderaram dos seus corpos, de sua água, terra, de seus irmãos. Tomaram para si o discernimento de que nem meu corpo é meu. Vislumbraram o cosmos e o infinito, ou seja, a pupila dos olhos e também o outro lado da lua. Aquilo que não enxergamos e lá ainda está. Do lugar onde estamos enxergarmos uma parte do todo, um ponto, um objeto: o ponto de vista cria o objeto. Assim, vemos não como as coisas são, mas como nós somos e estamos.
Tomar algo para si, não é se tornar dono, é saber libertar, é extravasar o limite do ser. Como uma concha de água na mão: muito aberta ela escorre por entre os dedos, muito fechada ela escapa por qualquer fresta. É preciso segurá-la mutuamente, com carinho e cuidado, a contemplando, a deixando estar.
Hoje é necessário e urge cuidar de mim. Cuidar de quem eu amo. Cuidar também de quem eu não conheço. Saber quem sou e aonde estou. Quais são minhas vulnerabilidades, para quem e ao quê ofertá-las. Olhar nos olhos, se lembrar, contar (e)(hi)stórias.
Há algo na vulnerabilidade que é iminente: revela a humildade, e a humildade modela o poder, lhe dá uma forma, de concha talvez, de punhado, de parte do todo, de integridade. Empoderar é distribuir cooperativamente poderes. Se empoderar de algo, nada mais é do que nos empoderarmos de nós mesmos.

Primavera de 2012.

domingo, outubro 14, 2012

redescobertas: o amor maduro, doce fruta

Da série lembro de cada dia ao seu lado

para um palhaço

Quero te sentir na alma. Sentir o sutil, o que não está dito, o que está posto. Quero infinitamente te inspirar. Quero ser tua fonte límpida de desejo. Te elevar, te lavar, levar. Te deixar ser, experimentar, sonhar, e aí estarei ao seu lado: serei seu, serei nosso, serei do mundo, serei isso que não tem nome, que tem sensação. Ir contigo até onde tu quiseres, se quiseres... se não quiseres tudo bem, até outro dia, em breve nos vemos! Quero expandir isso que temos e isso que não temos. Ser tua fã, amante, amiga e irmã. Quero me atravessar em ti, descobrir tuas dobras, te dar um colo, alinhar meu corpo, adentrar teus olhos, te energizar e te encher de vida. Quero ser a simplicidade e a beleza que se revela assim de repente: essa pequena epifania. Ser essa a força que faz vibrar todo o universo: o amor.